Nino Bellieny
Alberto Rosa Fioravanti, trabalhou na ONU-Organização das Nações Unidas durante quase 40 anos. Morou em vários países. Poliglota, articulista, católico fervoroso. É capixaba de Muqui, campista por opção, membro da ACL- Academia Campista de Letras e nos brinda com um emocionante artigo.
SONHAR É VIVER!
Alberto Rosa Fioravanti.
Meus amigos, embora todos nós enfrentemos dificuldades e problemas, hoje e amanhã, mas eu sonho ainda ver o Brasil e Campos dos Goytacazes desenvolvidos e seu povo vivendo feliz.
Sonho que o calor da injustiça que sentimos transpirar pelo o calor irradiante da corrupção e da violência existente em todas as partes, será transformado em um oásis de liberdade, paz e justiça. E sonho que meus netos e os filhos e netos dos leitores, um dia viverão nesta nação onde a educação, a cultura, a saúde e segurança do individuo serão prioridade para os governantes e para cada cidadão, onde todos os transgressores serão julgados pelo conteúdo de seu caráter.
Sonho com um Brasil onde os narcotraficantes e suas gangs malignas, a todos os níveis, e os pedófilos estarão extintos e todas as pessoas - crianças, jovens, adultas e idosas - vivendo em paz, e todos se dando as mãos como irmãs e irmãos.
Sonho que um dia, na verdejante planície goitacá veremos um desenvolvimento harmônico sem agredir e sem a sensação de clausura que o atual e massacrante crescimento vertical causa e torna a cidade irrespirável e suas ruas insuficientes, tanto para pessoas como para o transito de automóveis. No meu sonho eu vejo também todos os filhos de Campos dos Goytacazes reunidos e sentados à mesa da fraternidade, sem segregação de espécie alguma. Sonho com nosso município sendo exaltado como exemplo mundial, onde todos os lugares ásperos estarão aplainados e os tortuosos endireitados e todos os cidadãos com moradia digna e com ninguém vivendo pelas ruas e esmolando nas esquinas para ter um pedaço de pão para comer.
No meu sonho vejo nosso país verde e amarelo, de beleza inigualável, que abriga a mais de 190 milhões de brasileiros - mestiços, mulatos, brancos, indígenas e afrodescendentes - que tem o sorriso no rosto, mas por trás da alegria, sofrem à realidade vendo pessoas morrendo nas filas dos hospitais públicos; 14 milhões são analfabetos e não sabem ler e nem escrever; e que existe uma grande corrupção que envergonha. Onde estará a salvação da nossa nação? Desde o descobrimento do Brasil, a educação não teve a mesma proporção que os demais países. Mas no meu sonho vejo a chegada de uma educação melhor, com todos profissionais dessa área mais valorizados, e com uma participação mais ativa da família na escola.
Na área da saúde, no meu sonho vejo o término da desigualdade entre o pobre e o rico com maior investimento e com uma fiscalização pelo povo da verba destinada a saúde. No meu sonho, vejo as melhorias na educação e na saúde, e observo a população participando e acompanhando ativamente o funcionamento político como um todo, já que o país depende da população. É sonhando e se envolvendo que se constrói uma nação cada vez mais rica em todos seus aspectos.
Ao acordar para a realidade depois deste sonho vejo que tudo depende somente de nós para fazemos o Brasil cada vez melhor. Sinto que sonhar não é entrar na irrealidade, mas é sair pela janela da liberdade e vagar pelos caminhos da alma, sem ter um rumo qualquer, mas tendo um alvo preciso a perseguir: a felicidade. Sonhar é não limitar-se a limites, sejam eles os que forem. Sonhar é fazer do impossível o possível quando e como quiser o coração. Sonhar é viver o passado no futuro e o futuro no presente. É ter o que se quer e afastar aquilo que não se deseja. Sonhar é despertar dentro de si aquele ser criança que todos nos temos. É almejar a vida...
Com fé podemos trabalhar, rezar, lutar, encarcerar criminosos e juntos defender a liberdade, para um dia sermos totalmente livres e que todos nos, como crianças de Deus que somos, poderemos cantar com um novo significado. Sonho tudo isso para meu país e para minha terra, a terra onde meus pais morreram e que é a terra do meu coração, onde já ouço tocar o sino da liberdade!
Este é meu sonho. Esta é minha esperança. Esta é minha fé. E com fé e esperança poderemos cortar da montanha do desespero e dela extrair a pedra preciosa de esperança, transformar as discórdias existentes e estridentes em sinfonia de fraternidade.
